quinta-feira, 5 de abril de 2012

Semana Santa



Estamos na Semana Santa. Santa porque celebra o que há de mais central e precioso na nossa fé: a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Este é o centro da fé. Ele morreu por nós. Sua morte nos reconciliou com o Pai. Na morte e ressurreição de Jesus, nasce uma humanidade nova, restaurada.

Fazendo a Semana Santa revivemos os passos de Jesus, sua fidelidade incondicional ao Pai, seu amor sem medida por nós. É assim que podemos fortalecer nossa fé, nossa adesão ao Evangelho, nossa vida na comunhão com Deus. É assim que no sábado santo, renovamos as promessas do Batismo na vigília da páscoa. Nosso batismo é nossa adesão a Jesus Cristo Salvador. Nele, vivemos como novas criaturas.

A Semana Santa se abriu com o Domingo de Ramos. Nele, lembramos a entrada de Jesus em Jerusalém, na última romaria de páscoa em que participou. Sua chegada foi motivo de euforia para os peregrinos e para quem já estava na cidade santa. Mas, a euforia da multidão durou pouco. Jesus desagradou a muita gente quando foi ao Templo e fez um gesto simbólico de purificação do santuário de Deus. As autoridades, nos bastidores, tramaram a sua morte. Na segunda, terça e quarta-feira santas, continuamos acompanhando os passos de Jesus em Jerusalém, sua pregação, seu esforço para que as pessoas acolhessem o Reino de Deus.

Na quinta-feira santa, celebramos com ele a Ceia em que se despediu dos seus discípulos e nos deu o novo mandamento.  Foi nesta Ceia derradeira que ele antecipou a oferta de si ao Pai em nosso favor. Comemos e bebemos o pão e o vinho, sacramento de sua vida entregue e de seu sangue derramado. É a ceia do lava-pés e da instituição da Eucaristia. Para agradecer a instituição do sacerdócio, o bispo reúne os padres de sua diocese para a Missa dos Santos Óleos neste dia.

A sexta-feira da paixão nos faz considerar a condenação e a morte de Cruz do Senhor. É um dia de jejum e abstinência para os católicos. Um dia especial de oração. A Igreja se reúne à tarde, lembrando a morte do Senhor. E faz via-sacra nas ruas ou procissão do Senhor Morto, lendo os textos da Escritura que relatam o seu sofrimento e a sua morte.

O sábado é de espera, de silêncio, de preparação. O silêncio de Deus foi rompido com a ressurreição. O inocente triunfou, Deus lhe deu vitória. A noite do sábado santo é a noite do aleluia. A Igreja se reúne em torno do fogo novo, da água da vida, da palavra que liberta. Celebra a ressurreição do Senhor. O domingo é a Páscoa, a festa da ressurreição que vai se repetir cada domingo do ano.

Estamos na Semana Santa.  É preciso que cada um mergulhe nesse mistério do amor de Deus, sintonize com a liturgia da Igreja e viva bem essa Santa Semana. Ficar à margem, olhando ou festejando como num feriadão qualquer é um, no mínimo, uma pena.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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